O presente trabalho visa analisar como se dá a dicotomia entre justiça e verdade no julgamento por Tribunal do Júri, diante da espetacularização ocorrente no seu âmbito, marca própria desse instituto. Para tanto, será examinado o caso de Dmitri Karamázov, caso emblemático da literatura cuja pertinência transcende as páginas da ficção, tendo associação direta com a realidade do referido órgão do Poder Judiciário. Sob o prisma da teoria de Dostoiévsky acerca do tema, delineiam-se os aspectos espalhafatosos da cultura do “show” no tribunal do júri, as variadas repercussões da mesma e a forma como o método de argumentação, elemento interno ao julgamento, tipicamente adotado por defesa e acusação no Tribunal de Júri também representa a espetacularização, sem embargo haverem outros elementos demonstrativos da espetacularização, sendo estes externos, explorados no âmbito deste trabalho tais como a presença maciça do público que revela estar interessado no julgamento como fonte de entretenimento e o circo midiático criado em torno do julgamento. Infere-se tal teoria a partir das visões impressas em um artigo de autoria do mesmo e do caso em tela, que figura em romance do escritor russo. Busca-se também explorar como para Dostoiévsky esse método de argumentação, embora contaminado pela espetacularização, constitui uma espécie de dialética saudável para os fins do instituto. Para além disso, procura-se instigar uma reflexão ponderada sobre a eficácia do tribunal do júri. Palavras-chave: Tribunal do Júri. Espetacularização. Irmãos Karamázov. Cultura. Arte.