DIREITO REAL DE HABITAÇÃO: UMA ANÁLISE ACERCA DA POSSIBILIDADE DE SUA FLEXIBILIZAÇÃO EM PROL DA PROTEÇÃO E PRIORIDADE MÁXIMA INFANTO-JUVENIL
2023 | Graduação
Renata de Oliveira Bastos
A presente monografia tem como objetivo analisar sobre o atual cenário legislativo
acerca do direito real de habitação, seus conceitos e aplicabilidade no direito das
sucessões, através de um olhar não apenas protetivo ao cônjuge sobrevivente, mas,
também aos demais herdeiros, principalmente os herdeiros mirins. Será apresentado
o contexto histórico do direito real de habitação, os motivos que lhe originaram, bem
como o cenário que entrou em vigência. Em paralelo, será analisada a sua
aplicabilidade, conjuntamente com suas características, como a vitaliciedade e
incondicionalidade, estas que podem desencandear confronto com os direitos
infanto-juvenis. No que tange a esses últimos direitos, será também apresentado um
contexto histórico, bem como as legislações nacionais e internacionais que
proporcionaram a atual proteção integral, prioridade máxima, bem como o princípio
do melhor interesse do menor. Assim, com a presença de referidos direitos o mais
razoável é a adoção de um juízo de poderação que avalie caso a caso para
determinar qual direito deve prevalecer (os direitos infanto-juvenis ou o direito à
moradia, contemplado pelo direito real de habitação). Ademais, já existem
precedentes que apoiam referido método, tendo em vista que, por serem mais
vulneráveis, os descendentes menores de idade também precisam de amparo em
um momento de perda de seus genitores, por serem dependentes a eles e, assim,
restam desamparados com a impossibilidade de usufruir o bem imóvel deixado, em
razão do direito à moradia do cônjuge sobrevivente, este que não é absoluto. Assim,
já se encontra um projeto de lei que visa referidas modificações no Código Civil, este
que será apresentado conjuntamente.
Palavras-chave: Direito real de habitação; direitos infanto-juvenis; proteção integral;
prioridade máxima.